22 janeiro 2025

Por que o UNO Mobile te incomoda tanto com propagandas? Explicamos!


Com certeza, já aconteceu com você: estava procurando se divertir no UNO Mobile e, em várias ações que você tomava dentro do jogo, aparecia uma propaganda chata te pedindo pra baixar outro jogo ou app. E o primeiro pensamento que pode ter vindo à sua cabeça é: "Some daqui, eu só quero jogar!". Mas você já se perguntou por que, não só o UNO, mas vários jogos e aplicativos mobile precisam ser lotados de propaganda? Explicamos a seguir.


A Monetização dos Aplicativos

Bom, a resposta mais fácil do porquê empresas lotam seus aplicativos e jogos de propaganda é: ganhar dinheiro! Mas, vamos aprofundar um pouco a análise. A maioria das empresas que lançam seus aplicativos ou jogos em serviços como Google Play Store e Apple Store são empresas já consolidadas no mercado e que já possuem uma boa quantidade de capital (riqueza) para investir. Se essas empresas já possuem um bom capital para investimento, qual a necessidade de colocar tantas propagandas, atrapalhando a experiência do usuário, poluindo sua visão e o chateando, quando só o que ele quer é se divertir? Partisse essas iniciativas de produtores independentes, que não tem recursos para começar facilmente de algum lugar, é compreensível. Mas partindo de empresas (multi)milionárias, simplesmente, não há como aceitar!

Acontece que, no capitalismo (o sistema e meio de produção em que vivemos atualmente), existem valores e comportamentos que são comuns e que atendem diretamente à reprodução do capital, da riqueza geral que está concentrada nas mãos dos ricos. Um desses valores é a GANÂNCIA. A ganância faz com que os ricos não se contentem apenas em ser milionários. Eles precisam buscar sempre mais e mais, eles precisam ser BIlionários, TRIlionários. Esse é um dos motivos mais estruturais que explicam esse monte de lixo propagandístico nos apps e jogos que baixamos nos nossos smartphones. É uma forma de multiplicar o capital dos ricos, donos das empresas que desenvolvem e publicam esses aplicativos, e também os anunciantes.

Outro valor comum ao capitalismo é a COMPETIÇÃO. Embora os capitalistas digam, o homem não nasce naturalmente com interesses competitivos. O capitalismo necessita de uma produção constante de bens, serviços, recursos financeiros e riquezas. Portanto, ele necessita da competição para estimular os capitalistas a continuarem produzindo e não perderem seus postos, seu lugar no mercado. Se um capitalista deixa de lutar pela reprodução de seu capital, um outro capitalista tomará o seu lugar. E logicamente, nenhum deles quer isso, pois isso significa que a multiplicação de sua riqueza cessa. Esse é mais um motivo do porquê é necessário tanta propaganda em nossos serviços.

É possível termos aplicativos sem propaganda?

Novamente, a resposta fácil é: SIM, é possível! Porém, se partirmos do princípio de que as propagandas nos aplicativos são para atender aos interesses econômicos das empresas, como vimos anteriormente, então, concluímos que, para termos aplicativos sem propagandas, precisamos partir de uma nova lógica de produção, cujo objetivo não seja simplesmente multiplicar as economias dos ricos.

Então, qual seria a solução?

Bom, dá pra dizer que, a solução de longo prazo seria superarmos esse modelo socioeconômico e de produção chamado CAPITALISMO. É ele quem cria as condições para que, não só as propagandas atrapalhem os serviços que utilizamos, mas para que artifícios, como microtransações (compras que você precisa fazer no aplicativo para ganhar benefícios ou para evoluir mais rápido num jogo), Loot Boxes (sistemas de jogos de azar implementados em jogos digitais, parecidos com cassinos) e outros, possam existir.

Mas, e as soluções de curto prazo? Elas também existem! Uma solução possível é que as iniciativas de produção e distribuição de jogos fossem feitas pelo estado, em vez de entes privados. O estado poderia criar subsídios e bolsas para produtores independentes produzirem e distribuírem seus jogos e aplicativos. Poderia também criar suas próprias empresas públicas/estatais para executar diretamente tal empreitada. Parte do lucro obtido pelos produtores retornaria para o estado, sendo possível ele financiar e subsidiar outros projetos.

Mas o estado produz alguma coisa?

Bom, se a gente for levar ao pé da letra, é o TRABALHADOR quem produz. Esse trabalhador pode estar alocado tanto numa empresa privada, quanto numa pública. E o que o funcionário público produz? Muitos de vocês, provavelmente, estão lendo esse texto através de um smartphone e até usam ele pra jogar UNO e outros jogos. Saiba que, a tela touchscreen do seu smartphone, a tecnologia de comando por voz, o GPS e até mesmo a internet que você usa são todas tecnologias CRIADAS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, que depois são apropriadas por empresas privadas e vendidas como se fossem delas.

Você já deve ter ouvido a frase "privatizar os lucros e socializar os prejuízos", e é exatamente isso que ocorre aqui. O estado entra com o investimento, assume os riscos, passa anos desenvolvendo as tecnologias, muitas vezes bancando os prejuízos com as falhas e erros no desenvolvimento, pra depois, um capitalista que não teve nenhum trabalho, não moveu um dedo seja pra criar, imaginar ou financiar a tecnologia, adquirir sua patente e vendê-la pra você. Ou seja, recursos públicos foram usados pra criar a tecnologia, mas o estado não obteve nenhum retorno, pois a mesma foi privatizada.

Para aprender mais sobre esse assunto, leia o livro "O Estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado" de Mariana Mazzucato.
 

Outro exemplo que prova que investimento público é possível nesse caso, é CUBA! Sim, a ilha tem as suas próprias PRODUÇÕES NACIONAIS, com investimento público, na área de jogos. Se você quiser conhecer mais, clique aqui e veja os projetos já lançados.

Conheça a Arma da Crítica!

A "Organização Comunista Arma da Crítica" tem por estratégia a construção do socialismo e a contribuição para a edificação de um mundo comunista. Nesse sentido, a luta da Arma passa por três eixos: lutas democráticas, nacionais e sociais.

Abordando a partir dessa perspectiva particular dos jogos e aplicativos para smartphones: As lutas democráticas passariam por, literalmente, democratizar o acesso às ferramentas para produção e distribuição desses apps, retirando-as das mãos das multinacionais (Big Techs), fazendo a mesma coisa com os serviços que distribuem esses apps, como Google Play e Apple Store; As lutas nacionais passariam por, além de criarmos nossas próprias plataformas de produção e distribuição com investimento público, criarmos também jogos e aplicativos que dialogam com a nossa realidade, cultura e valores e que atendam às nossas próprias necessidades, seja a nível econômico, social, político, etc.; E as lutas sociais passariam por compreender a diversidade cultural, de classe, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, identidade, capacidades físicas, intelectuais e sensoriais e toda a gama de elementos e fenômenos que compõem o que compreendemos como "social", e criarmos nossas ferramentas e serviços a partir desses valores e pensamentos.

Se você está de acordo com as ideias aqui elencadas, não hesite entrar em contato conosco em nossas redes sociais ou através do e-mail: armadacriticaorgcac@gmail.com para se unir à nossa luta, por uma sociedade mais justa, com mais equidade, sem exploração e opressão!

Nota: Entrando em contato conosco, te ensinamos uma forma muito simples de bloquear os anúncios do UNO e de outros jogos e apps de smartphone :)

ATÉ A VITÓRIA!!!

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A Organização Comunista Arma da Crítica (OCAC) é uma organização de trabalhadores(as) que se organizam e lutam pela Revolução Brasileira operária, popular, social, nacional, anti-imperialista e democrática, orientada para a construção do socialismo. Tendo o marxismo-leninismo como o nosso principal instrumental teórico-prático, entendemos que a construção de um autêntico partido revolucionário arraigado entre as massas trabalhadoras é condição fundamental para essa revolução.

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